O decréscimo da taxa de mortalidade rodoviária verificou-se em toda a União Europeia.
Toda? Não. Num pequeno país ocidental da União que dá pelo nome de Portugal, a sinistralidade mortal aumentou. Nessa vergonha, foi acompanhado por outro pequeno país – a Estónia. Entre os 27 países da União Europeia, foram os únicos que viram a taxa de mortalidade nas estradas aumentar. Em todos os outros 25, desceu.
Portugal e Estónia estão, aliás, juntinhos na ordenação dos 27 países da UE segundo a taxa de mortalidade nas estradas: Portugal ocupa agora o 20.º lugar (continua a ser ultrapassado por outros países) e a Estónia o 21.º lugar, com índices praticamente idênticos. Abaixo de Portugal (ainda) estão, além da Estónia, "velhas referências" no domínio da segurança rodoviária: Lituânia, Letónia, Bulgária, Polónia, Roménia e Grécia. A redução da mortalidade rodoviária em todos estes países foi superior à média europeia (a única exceção é a Grécia, onde a redução foi de apenas 10%). O perigo de nos ultrapassarem é bem real.
Há alguns anos, embriagámo-nos com os auto-elogios sobre a evolução da nossa sinistralidade - éramos, cantava-se a voz alta, o segundo país que mais tinha reduzido a mortalidade nas estradas – e ficámos convencidos de que já éramos tão bons como os outros europeus. “Está feito!”. Hoje já somos apenas o décimo país da União Europeia que mais reduziu a mortalidade rodoviária desde 2001, e estamos pertíssimo de ser ultrapassados, também neste indicador, por vários países (Alemanha, Reino Unido, Holanda…) – e todos eles partiram de uma realidade bem melhor do que a nossa.
Aliás, decorrida mais de metade deste ano, Portugal continua, em 2011, a ser incapaz de reduzir o número de mortos nas estradas, isto mesmo apesar da redução do tráfego rodoviário que se tem verificado um pouco por todo o país.
Enquanto isso, no topo da tabela da União Europeia, os países com melhores índices continuam seriamente apostados em reduzir o máximo possível a mortalidade nas estradas. A Suécia, por exemplo, que já era o segundo melhor da União Europeia, foi um dos três países que mais reduziu a mortalidade rodoviária em 2010 (26%) - e está agora em primeiro lugar, já que o Reino Unido, que ocupava essa posição, teve uma redução de “apenas” 18%. Aliás, no primeiro terço da tabela (9 primeiros), todos os países (com exceção da Finlândia) tiveram reduções superiores à média europeia (que foi de 11%).
Entretanto, a PSP, sabiamente, alertou recentemente para o risco de a sinistralidade rodoviária vir a aumentar neste Verão em Portugal. Motivo: devido à crise económica, muitos portugueses que habitualmente passavam férias no estrangeiro vão passá-las em território nacional. Resultado: a percentagem de condutores portugueses a conduzir nas estradas portuguesas durante este Verão será maior. É um aviso a ter em conta…
Joana