SAÚDE PÚBLICA
São torres necessárias para que antenas parabólicas, emissoras de rádio, televisão, electrodomésticos, computadores ou redes de telemóveis entre outros aparelhos indispensáveis à vivência de cada um, possam continuar a trabalhar convenientemente. Porém, constituem um atentado à paisagem do Concelho e, quem sabe, à Saúde Pública dos odivelenses.
No Concelho de Odivelas os postes de alta tensão já fazem parte da paisagem. Os habitantes convivem, diariamente, com as torres a poucos metros das suas casas, janelas e ruas. Um mal que para muitos é incompreensÃvel mas que começa a surgir cada vez com maior frequência e em urbanizações acabadas de construir. Â
Os exemplos são muitos e visÃveis a cada passo: na Avenida Professor Augusto Lopes; na Urbanização da Ribeirada, em Odivelas; na Quinta Porto Pinheiro, em Famões, ou junto ao Pavilhão Polivalente, na Ramada. Casos flagrantes que, a Rede Eléctrica Nacional (REN) vem explicar como sendo “urbanizações construÃdas após a instalação das linhas em referência e que as populações é que tendem a desenvolver-se para junto destas instalações”.
Mas se a REN se imiscui de responsabilidades nesta matéria, como se explicam que situações destas continuem a acontecer?
A REN limita as suas competências em relação à construção e manutenção de linhas e subestações que permitam que a energia de que se necessita circule convenientemente. Estas infra-estruturas, esclarece a empresa, são construÃdas em conformidade com as licenças de estabelecimento emitidas pela Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE) que detém a responsabilidade de as aprovar. “Durante a fase de exploração das linhas, desde que a volumetria dos edifÃcios a posteriori na sua proximidade seja compatÃvel com a legislação (o que é o caso), a REN nada pode obstar, sendo o licenciamento das edificações da competência de outras entidades.”
Mas quando se fala desta questão, não é só a estética que é posta
De acordo com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor – DECO – e com estudos realizados por esta instituição junto da Organização Mundial de Saúde, entre outras, “existe uma maior incidência de doença (nomeadamente, doenças cancerÃgenas, como a leucemia) em populações que vivem junto a cabos de alta tensão. Contudo, não está provado que tal se deva aos mesmos”. Mas ainda assim, o conselho à s populações, vai para que estas evitem habitar casas situadas perto das torres.
A Rede Eléctrica Nacional vem contrapor a DECO, discordando da influência nefasta da alta tensão na saúde pública. “Há mais de 30 anos que continua a não ser possÃvel encontrar qualquer relação significativa entre a exposição aos campos magnéticos de baixa frequência e a ocorrência de problemas na saúde dos seres vivos”.
Contactadas pelo jornal Nova Odivelas, as Juntas de Freguesia do concelho expressaram a sua inquietação quanto a este facto dizendo, por exemplo, o Presidente de Caneças, Armindo Fernandes que “não concordamos com esta situação visto que constituem um perigo eminente de acesso fácil para os intrusos”. Já a Junta de Freguesia de Famões manifesta a sua preocupação, sublinhando que “para além de questões estéticas existem ainda os que não têm manutenção e os cabos muitas vezes quase tocam nos telhados das casas, podendo por em risco a saúde pública”.
Já da Câmara, os comentários não surgiram. (...)
Sara Ceia (nova odivelas)
18 Jan 2006
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