Sobreiro com mais de 200 anos abatido pelos Trogloditas que governam a Câmara de Évora
Morreu de pé, seco, junto às piscinas municipais da cidade de Évora, a árvore mais carismática da cidade.
Nasceu há pelo menos duas centenas de anos e tornou-se, com o decorrer dos anos, uma árvore majestosa, orgulho dos eborenses.
A sombra da sua enorme copa acolheu, anos a fio, as pessoas nos dias de brasa, até que a câmara local resolveu abrir uma estrada mesmo junto à velha árvore, que até então se tinha mantido pujante e viçosa.
Desde que a estrada foi inaugurada, há cerca de três anos, o enorme sobreiro foi mirrando, depois de terem coberto de asfalto o terreno à volta do seu caule, sem que alguém cuidasse de saber se era doença ou velhice.
Anteontem funcionários camarários munidos de moto-serras cortaram-no em pedaços. Fora transformado, pela incúria dos homens, num perigo para pessoas e viaturas.
Resta agora um monte de lenha que espera o seu destino final, a menos de 50 metros da Direcção Regional de Agricultura do Alentejo.
Carlos Dias (Público, 16 de Março)