Antenas Base de telemóvel II
Escola E.B. 2º e 3º ciclos Vasco Santana, em Odivelas
Possíveis efeitos adversos para a saúde decorrentes da exposição pública às radiações dos campos electromagnéticos
As preocupações da opinião pública com os possíveis efeitos adversos para a saúde decorrentes da exposição pública às radiações dos campos electromagnéticos explodiram quando Paul Brodeur escreveu uma série de artigos no New York Magazine em Junho de 1989. Dada a reputação de Paul Brodeur, estes artigos tiveram um efeito catalítico nos cientistas, jornalistas e nas pessoas em todo o mundo. Em Novembro de 1989, o Departamento de Energia relatou que é hoje aceite na generalidade que há de facto efeitos biológicos devidos à exposição aos campos.
Em 1990, foram feitos mais de cem estudos em todo o mundo. Destes, pelo menos duas dúzias de estudos epidemiológicos em seres humanos indicavam uma ligação entre os Campos Electromagnéticos (CEM) e graves problemas de saúde. Em resposta à pressão pública, a EPA começou a analisar e a avaliar a literatura disponível.
Num relatório publicado em Março de
Depois de publicado o relatório da EPA, os lobbies dos serviços, dos computadores e militares atiraram-se à EPA. A revisão final da OPA NÃO classificou os CEMs como cancerígenos da Classe B. Em vez disso, foi acrescentada a seguinte explicação:
Nesta altura não é adequado caracterizar a ligação entre o cancro e a exposição aos CEMs porque ainda não se conhece a natureza básica da interacção entre os CEMs e os processos biológicos que provocam o cancro.
Curiosamente, esta lógica bastante invulgar aparece na mesma página, dizendo o seguinte: Em conclusão, diversos estudos que mostram que a leucemia, o linfoma e o cancro do sistema nervoso em crianças expostas, apoiados por idênticas conclusões em adultos em vários estudos ocupacionais que também envolvem exposição a frequências de energia eléctrica, mostram um padrão consistente de resposta que aponta para uma relação causal.
Quando questionado sobre a natureza contraditória destas afirmações, a EPA respondeu que não era adequado usar o rótulo de cancerígeno provável até se demonstrar como é que os CEMs provocavam cancro e até que ponto exactamente é que um CEM é nocivo.
Esta explicação não satisfaz muitos críticos que afirmam que as altas chefias da EPA foram influenciadas por considerações políticas e económicas exercidas pelos lobbies dos serviços, dos computadores e militares
Com a evolução da tecnologia das telecomunicações, nomeadamente a dos telemóveis, nos países europeus, essa preocupação acentuou-se, obrigando os governantes a prestar mais atenção às evidências de estudos científicos e outras informações que apontam para a possibilidade de interferência nociva das microondas nos seres vivos.
Na década de 90 começa a ser emitida legislação que manifesta preocupação com esses possíveis efeitos adversos.
Destacamos:
- Resolução de 5 de Maio de 1994 do Parlamento Europeu, que convida a Comissão a propor normas tendentes a limitar a exposição dos trabalhadores e do público às radiações electromagnéticas não ionizantes;
- Recomendação nº 1999/519/CE do Conselho da União Europeia, de 12 de Julho
No preâmbulo, pode ler-se:
É imperativo proteger a população na Comunidade contra os comprovados efeitos adversos para a saúde susceptíveis de resultar da exposição a campos electromagnéticos. Reconhece-se que apenas foram utilizados como base da limitação recomendada à exposição os resultados comprovados e recomenda-se que O quadro deverá ser revisto e reavaliado periodicamente à luz dos novos conhecimentos e da evolução da tecnologia. Assinala-se que os Estados-Membros podem estabelecer um nível de protecção mais elevado do que o previsto na presente recomendação.